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A história rica e vibrante de Petrópolis: a cidade imperial do Brasil

Petrópolis, localizada nas montanhas do Rio de Janeiro, é uma cidade encantadora com uma rica história e cultura. Fundada no século XIX como uma cidade de verão para a família imperial brasileira, Petrópolis rapidamente se tornou um destino popular para os ricos e famosos da época. A cidade é conhecida por sua arquitetura europeia, museus históricos, palácios e jardins, além da natureza espetacular da região.

A cidade foi fundada por D. Pedro II, o último imperador do Brasil, como um local para escapar do calor e da umidade do Rio de Janeiro. Ele construiu a residência de verão, o Palácio de Verão, que ainda pode ser visitado hoje. O Palácio de Cristal, outra construção notável da época, foi construído para abrigar exposições culturais e científicas e é hoje um museu popular.

Ao longo dos anos, Petrópolis tornou-se uma cidade vibrante e cheia de vida, com uma cultura única que mistura elementos europeus e brasileiros. A cidade é conhecida por sua arquitetura colonial, suas igrejas históricas e seus museus, incluindo o Museu Imperial, que apresenta uma coleção incrível de artefatos da família imperial brasileira.

Além da história e da cultura, Petrópolis também oferece uma bela paisagem natural, incluindo cachoeiras, montanhas e florestas. A cidade é cercada por uma incrível beleza natural, que complementa perfeitamente sua rica história e cultura. O Parque Nacional Serra dos Órgãos, localizado nas montanhas ao redor da cidade, é um lugar popular para caminhadas, escaladas e piqueniques, e oferece vistas deslumbrantes sobre a paisagem circundante.

Petrópolis também é conhecida por sua culinária, com uma variedade de restaurantes e bares que oferecem pratos típicos da região, incluindo o churrasco e o café colonial. A cidade também é famosa por sua produção de cerveja artesanal e seus destilados, com muitos bares e destilarias localizados na cidade.

A Fundação de Petropolis

A fundação de Petrópolis começou em 1843, quando o Imperador do Brasil, Pedro II, decidiu que precisava de uma residência de verão para escapar do calor opressivo do Rio de Janeiro. Ele escolheu a região montanhosa de Petrópolis como local para sua residência, e rapidamente a cidade começou a crescer em torno da residência imperial.

A cidade foi projetada para ser uma espécie de “Versalhes Brasileiro”, com arquitetura europeia e jardins elegantes. Logo, Petrópolis se tornou uma cidade elegante e refinada, cheia de praças e parques públicos, teatros e museus.

No início do século XX, Petrópolis tornou-se um importante centro cultural e econômico do Brasil. A cidade abrigou vários eventos históricos e culturais, incluindo a Exposição Internacional de Petrópolis em 1902, que atraiu visitantes de todo o mundo.

Em 1996, Petrópolis foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, reconhecendo sua importância histórica e cultural para o Brasil e para o mundo.

Caminho Novo

A Serra da Estrela, localiza-se em Petrópolis, durante os primeiros 200 anos de colonização, a serra era praticamente desconhecida pelos colonizadores portugueses, devido ao enorme paredão montanhoso de mais de 1000 metros de altura e à presença de índios hostis. Só foi explorada quando os bandeirantes paulistas descobriram ouro nas Minas Gerais e foi aberto o Caminho Novo em 1704 para facilitar a viagem até as vilas mineradoras.

O Caminho Novo faz parte da rede de importantes caminhos do Brasil Colonial, chamada de Estrada Real. Antes do Caminho Novo, existia o Caminho Velho, que era muito longo e de difícil trânsito, e passava pela Serra da Mantiqueira. O Caminho Novo foi aberto por Garcia Rodrigues Paes e levava cerca de 20 a 30 dias de viagem, contra os 99 dias do Caminho Velho. Ele começava no porto do rio Pilar, subia a Serra do Mar e passava por diversas cidades, incluindo Juiz de Fora e Barbacena, antes de chegar às Minas Gerais.

A subida da Serra do Mar era muito íngreme e perigosa, e por isso Bernardo Proença, um rico fazendeiro da região, propôs a construção de um caminho paralelo e mais seguro, conhecido como Serra Velha.

As Fazendas Antigas

A história das antigas fazendas da região de Petrópolis remonta ao século XVII, quando o governo português começou a distribuir as primeiras sesmarias no “sertão de serra acima do Inhomirim”. Essas glebas foram concedidas a personalidades influentes da época, mas devido à presença de índios Coroados e a dificuldade de subir a serra, a atividade econômica não desenvolveu-se de imediato. Somente com a abertura do Caminho Novo e a concessão de novas glebas, a região começou a se desenvolver.

Quando Petrópolis foi fundada, 130 anos depois, já existia um grande número de fazendas e alguma atividade industrial entre a baía da Guanabara e Vila Rica. O trânsito pelo Caminho Novo era intenso e as fazendas mais importantes na região eram: Fazenda do Rio da Cidade, na Estrada do Contorno; Fazenda do Pe. Correia, em Corrêas; Fazenda do Córrego Seco, com sede onde hoje está o Edifício Pio XII (Rua Marechal Deodoro, no Centro Histórico); Fazendas Quitandinha, Samambaia, Retiro de São Tomás e São Luiz, Itamaraty, Secretário, que depois deram seus nomes a bairros e distritos da cidade.

Além disso, havia a Fazenda da Engenhoca, onde hoje está a Estação de Transbordo de Corrêas; a Fazenda Mangalarga e a Fazenda das Arcas, em Itaipava; a Fazenda Sumidouro, em Pedro do Rio; a Fazenda Santo Antônio, na estrada Philúvio Cerqueira (PetrópolisTeresópolis); e a Fazenda das Pedras, na Serra das Araras.

Essas antigas fazendas e sesmarias são importantes na história da região, pois representam o início do desenvolvimento econômico e da colonização da área que hoje é conhecida como Petrópolis. Esses locais, com suas fazendas e plantações, testemunham a riqueza econômica e a importância da região na época e, hoje, são valorizados como patrimônio histórico e cultural.

A fazenda do Pe. Correia e D. Pedro I

Antônio Tomás de Aquino Correia, conhecido como o Padre Correia, nasceu em 1759 no Rio da Cidade e estudou na Universidade de Coimbra. Ele foi ordenado em 1783 e tornou sua propriedade na mais avançada fazenda da região. Sua fazenda era conhecida por viajantes estrangeiros que passavam por ali, e o inglês Robert Walsh cita em seus diários a existência de plantações de café e excelentes sucos de pêssego. A casa grande da fazenda era grande e bonita, com varanda na frente e uma capela consagrada a Nossa Senhora do Amor Divino.

O Padre Correia criava gado para corte e cultivava frutas européias, mas sua principal atividade era a fabricação de ferraduras para as tropas que pernoitavam na fazenda. Ele também tinha muitos escravos e era um dos grandes senhores de terra da região. D. Pedro I visitou a fazenda em 1822, enquanto viajava para Minas Gerais, D. Pedro I passou uma noite na fazenda do Padre Correia e ficou encantado com o clima exuberante da região.

Queria adquirir a propriedade para seu uso e para o tratamento de sua filha doente, Dona Paula. No entanto, a irmã do Padre Correia se recusou a vender a fazenda, indicando ao Imperador uma fazenda vizinha, o Córrego Seco, à venda. D. Pedro comprou o Córrego Seco em 1830 e adquiriu outras propriedades na região, ampliando a área de sua fazenda. Queria construir um palácio de verão, o Palácio da Concórdia, simbolizando a harmonia entre a Nação e a Casa dos Bragança, mas a obra não foi realizada devido à sua abdicação em 1831.

Fazenda do Córrego Seco / Foto Arquivo Público – Reprodução

A fazenda do Córrego Seco e a fundação de Petrópolis estão estreitamente ligadas. D. Pedro I comprou a propriedade e iniciou a construção de sua residência, a Casa de Verão.

Decreto de Fundação pelo imperador Dom Pedro II

O Decreto de Fundação de Petrópolis, assinado pelo Imperador D. Pedro II em 16 de março de 1843, foi o marco inicial para a fundação da cidade de Petrópolis, localizada na serra da Estrela no Rio de Janeiro. A iniciativa partiu do Mordomo da Casa Imperial, Paulo Barbosa da Silva, e do engenheiro alemão Júlio Frederico Koeler, que elaboraram um plano para fundar uma povoação-palácio que substituiria o trabalho escravo pelo trabalho livre.

O decreto arrendou as terras da Fazenda do Córrego Seco ao Major Koeler, com a exigência de construir o Palácio Imperial, uma Vila Imperial, uma igreja, um cemitério, cobrar foros imperiais dos colonos e expulsar terceiros das terras ilegalmente ocupadas. Com recursos financeiros e mão-de-obra livre, a Companhia de Petrópolis foi criada por Koeler, vendeu as suas ações em quatro meses e em 1845, os imigrantes alemães começaram a chegar para se instalar e trabalhar na construção da povoação-palácio.

Dom Pedro II e Dona Teresa Cristina no Palácio Imperial de Petrópolis, c. 1888 – Foto: Domínio Público

O palácio de verão era uma tradição das monarquias européias e o Imperador D. Pedro II queria mudar da tradicional estada no Convento Jesuíta de Sta. Cruz durante os verões. Em 1850, a Família Imperial decidiu mudar para Petrópolis, onde passou a veranear anualmente, e a cidade se tornou uma importante referência histórica e cultural para o Brasil.

Paulo Barbosa e Frederico Köeler

Paulo Barbosa da Silva (1790-1868) e Júlio Frederico Köeler (1804-1847) foram duas importantes figuras na história do Brasil Imperial. Paulo Barbosa, nascido em Sabará, Minas Gerais, foi promovido a coronel e, posteriormente, foi nomeado Mordomo da Casa Imperial, função que desempenhou com grande competência. Além disso, também foi Ministro Plenipotenciário em vários países europeus, até ser demitido em 1851. Em 1854, retornou ao Brasil como Mordomo da Casa Imperial, onde faleceu em 1868.

Júlio Frederico Köeler, por sua vez, era um oficial prussiano que se mudou para o Brasil e se tornou cidadão brasileiro. Ele desempenhou um importante papel na construção de Petrópolis, cidade que ele ajudou a fundar como engenheiro civil. Köeler também foi responsável por elaborar um plano urbanístico ambicioso para a cidade, que valorizava a preservação da natureza e o aproveitamento dos cursos de água para criar ruas e avenidas. Infelizmente, ele morreu em um acidente trágico em 1847, mas sua contribuição para o desenvolvimento de Petrópolis é inegável.

Foto: Museu Imperial / Ibram / MinC – Reprodução – Palácio de Cristal

Petrópolis, como cidade colonial, foi fundada em 1845 como um curato e, um ano depois, tornou-se distrito de São José do Rio Preto. No entanto, com a chegada de Köeler e sua visão urbanística, a cidade começou a crescer e se desenvolver rapidamente. Seus bairros elegantes e arborizados, suas avenidas largas e sua preservação ambiental tornaram Petrópolis uma das cidades mais atraentes do Brasil Imperial. Hoje, é uma das cidades turísticas mais visitadas do país, com muitos edifícios históricos e belas paisagens naturais.

A Colonização

A colonização alemã no Brasil teve início na primeira metade dos anos 1800, fruto da insatisfação social e econômica causada pela Revolução Francesa e pela Revolução Industrial na Alemanha. A grande parte da população estava endividada e o desemprego era alto, o que motivou muitos alemães a buscarem uma vida melhor nas Américas. A chegada dos primeiros colonos alemães ao Brasil ocorreu em 1837, quando o navio Justine, que seguia para a Austrália, teve que desembarcar no Rio de Janeiro devido aos maus tratos sofridos a bordo.

Foto: Museu Imperial / Ibram / MinC – Reprodução – Criada em 1953 pelo alemão Henrique Kremer, a Bohemia, antiga Imperial Fábrica de Cerveja Nacional, é tida como a primeira cerveja do Brasil

Em 1844, outra leva de 600 casais de colonos alemães foi contratada para trabalhar em obras na província, mas acabaram instalados em Petrópolis, onde construíram suas casas de acordo com o plano urbanístico traçado por Mj Koeler. Em 1845, mais 2.338 imigrantes chegaram ao Brasil em treze navios, sendo alojados em barracões na igreja matriz e posteriormente transferidos para o Córrego Seco.

Apesar da viagem ser penosa e muitos imigrantes não conseguirem chegar a Petrópolis devido a surtos de febres e a dificuldade de subir a serra, aqueles que sobreviveram estabeleceram-se na região e contribuíram significativamente para o desenvolvimento da cidade. A colonização alemã no Brasil foi marcada pela presença majoritária de católicos, mas também havia protestantes, que foram acolhidos e conviveram pacificamente. A herança cultural alemã é ainda visível na cidade de Petrópolis, onde a tradição dos costumes alemães é preservada até hoje.

Império

Petrópolis durante o Império era conhecida por ser o destino de verão da família imperial, liderada por D. Pedro II. A presença constante do Imperador na cidade, juntamente com a nobreza, políticos e a intelectualidade da época, tornou a cidade uma referência de elegância e desenvolvimento.

Durante as temporadas de verão, que duravam de novembro a maio, a cidade se transformava na capital do Império e centro da atenção nacional. Palacetes foram construídos para abrigar a população abastada e hotéis e casas de família acolhiam os visitantes sem moradia. Alguns desses palacetes ainda são patrimônios arquitetônicos do Centro Histórico de Petrópolis e são imprescindíveis para o desenvolvimento turístico e cultural da cidade.

A modernização também se fez presente em Petrópolis, com a presença de renomados colégios de ensino, como o Kopke, o Calógeras, o Santa Isabel, e escolas de educadoras francesas, além da construção do Hospital Santa Teresa, que foi inaugurado em 1876 com participação ativa de D. Pedro II. O Barão de Mauá também contribuiu para a modernização da cidade ao criar uma linha de barcos a vapor e uma estrada de ferro que ligava Petrópolis ao Rio de Janeiro.

República

A proclamação da República em 1889 trouxe incertezas quanto ao futuro da cidade de Petrópolis, mas a cidade continuou a desenvolver-se e a manter seu prestígio. De 1894 a 1903, a cidade se tornou capital do Estado do Rio de Janeiro e o Ministério das Relações Exteriores funcionou na cidade, tendo sido assinado o Tratado de Petrópolis na cidade.

A presença de presidentes da República, como Deodoro da Fonseca e Costa e Silva, bem como de outras personalidades como Barão do Rio Branco, Santos Dumont e Ruy Barbosa, contribuiu para preservar o ambiente refinado e culto da cidade. Em tempos de epidemia de febre amarela no Rio de Janeiro, muitas pessoas se mudavam para Petrópolis devido ao clima saudável da cidade.

Foto: Pixabay – Palácio Rio Negro

Além disso, o desenvolvimento tecnológico da época foi notável na cidade, com a chegada de bondes elétricos em 1896 e o primeiro automóvel em 1902. A cidade continuou a ser um destino turístico após a Proclamação da República, e manteve sua posição como um lugar refinado e sofisticado.

Modernização

A cidade de Petrópolis, enfrentou desafios para se modernizar a partir de 1960. No entanto, ao invés de buscar grandes investimentos, a cidade decidiu se concentrar em sua tradição histórica, arquitetura antiga, preservação da natureza e turismo. Em 1981, o presidente João Figueiredo assinou o Decreto 80, que protegeu o Centro Histórico da cidade, e a cidade foi reconhecida como Cidade Imperial.

A tradição da Família Imperial brasileira, especialmente a figura de D. Pedro II, é uma importante atração turística cultural para a cidade. Além disso, a educação também é valorizada em Petrópolis, com destaque para a Universidade Federal Fluminense, a Universidade Católica de Petrópolis, entre outras.

Esforços para transformar os valores histórico-culturais da cidade em riqueza estão sendo feitos pelo poder público e iniciativa privada, investindo na educação, divulgação e conscientização da população. Cidades imperiais similares na América Latina incluem Ciudad Imperial, no sul do Chile, e a Vila Imperial de Potosi, na Bolívia. Em 1825, Dom Pedro I concedeu o título de “Imperial” a algumas cidades no Brasil e na América Latina, consolidando a presença militar brasileira na região.

Petrópolis é uma cidade histórica e turística, localizada no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Possui uma arquitetura imponente e preserva muitos prédios e monumentos que remontam à época da monarquia no Brasil. Além disso, a cidade oferece inúmeras atrações turísticas, como o Palácio de Cristal, o Museu Imperial, o Jardim Botânico, entre outros. Também é conhecida por sua rica produção de cervejas artesanais e por sua bela paisagem montanhosa. Petrópolis é uma cidade fascinante, que combina história, cultura, natureza e turismo, e é altamente recomendável para visitantes.

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